quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A interpretação da música histórica

Resenha*

Por José Cruz**
Texto: A interpetração da música histórica, Harnoncourt, Nikolas***

O autor inicia justificando o texto, relacionando a música histórica com vida musical de hoje, o que de fato é perceptível, devido à existência de uma valorização sobre a música histórica, com pesquisas e cursos destinados a sua compreensão. Ele distingue dois pontos básicos relacionados à música histórica, seja na sua compreensão ou na sua execução. Segundo o autor existem dois tipos de execução; a que transporta a execução da música ao presente e a que tenta executa - lá de acordo com a época em que foi composta.

Seguindo, o autor discorre sobre as duas concepções. A primeira tem exemplos do séc. XVIII, no qual os músicos adotavam a ideia de que a música antiga era carente de técnicas. Eles a utilizavam com música pra estudo, e a considerava fora de moda, e quando o interprete tocava - á em público - o que acontecia somente em questões especiais - o interprete rearranjava a obra. O que caracteriza que nesta época havia vários compositores cheio de ideias, e mesmo comprovando a qualidade da obra, a tendência era o novo.

A segunda concepção segundo o autor é chamada de autêntica e é mais recente. Ela se vale da valorização da música antiga. Nela é cobrado do interprete uma fiel execução, cuidando para analisar o contexto histórico, analisando as condições do autor, a sua intenção, técnicas e demais informações que demonstre uma verdadeira autenticidade, levando o ouvinte e o próprio interprete para a época e que foi composta. O autor do texto entende que essa preocupação em buscar a música antiga se dá pela insatisfação quanto à música de hoje.

Penso que a música atual - sem generalizar - carece de criatividade e autenticidade, o que só aumenta a necessidade de ouvir música antiga tentando as idéias dos gênios da composição. Hoje a maior preocupação é: ser fiel a ideia do compositor e á sua época, o que não é tão louvável, mesmo porque o interprete tem uma forma de ver a obra, e isto deve ser respeitado,como forma de mordenizar a música, ou mesmo que não seja modernizada com uma nova interpretação ela "respira" e ganha liberdade. A música é mais que técnicas, ela é a expressão da alma e está intimamente ligada a quem á interpreta e quem a aprecia.

*Atividade complementar referente a 2009.2 da disciplina; Estética e Apreciação Musical, supervisionada pela Profa. Selma Alban.

** Graduando do curso de Licenciatura em Música pela UCSal.

*** Harnoncourt, Nikolas, O discurso dos sons. Trad. Marcelo Fagerlande. Rio de Janeiro : Jorge Zahar, (1998) : PP. 17 - 22.







segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Resenha Critica



 

 

Resenha Critica *


 


 


                                                                     Por José Cruz**


 


 


   Texto: Paulo Freire***, PEDAGOGIA DA AUTONOMIA, Saberes necessários à pratica educativa, Cap.1, pp.23/37.


 


Muito mais que regras para educadores, o livro propõe que o leitor -seja ele conservador ou de prática ideológica - faça uma reflexão sobre a prática e a formação docente. A pretensão é  bastante ousada e  radical: ao colocar que o ensinar não é meramente transferir conhecimento, mas suscitar de forma conjunta, possibilidades para a produção do conhecimento ou mesmo a sua construção.



Com muita felicidade, justamente em função da radicalidade de seu questionamento, o livro segue trazendo uma nova abordagem sobre a forma de ensinar, na qual o autor diz: "Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e  quem aprende ensina ao aprender". E ele segue dando uma visão histórica sobre a forma de ensinar, destacando que  homens e mulheres socialmente aprenderam que era possível e preciso ensinar. Logo, segundo o autor ensinar inexiste sem aprender e vice-versa.


 


Paulo Freire segue trazendo á tona alguns tópicos sobre as exigências do ensinar:


 


1)  Exige uma rigorosidade metódica. Que se ensinem aos educandos  que eles devem se aproximar dos objetos cognoscíveis, que por sua vez trabalhem a formação critica, sua curiosidade, sua insubmissão. Mas alerta para o perigo de mesmo que os educadores  críticos, não se tornem memorizadores de textos, falando de coisas distantes da sua realidade. Diz isto ensinando sobre a leitura verdadeira, que compromete de imediato o leitor com o texto, tornando-o também sujeito. Alerta também pra ligação existente entre: ensinar, aprender e pesquisar pela qual o professor está ciente que o conhecimento muda que o que hoje é verdade pode não mais ser, e o aluno deve estar disposto a buscar sempre o novo, sabendo que devemos estar abertos  e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. 


 


2) Exige pesquisa. "Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino". O professor deve buscar reprocurar, indagar deve pesquisar para constatar, intervir e educar. A curiosidade ingênua deve transitar para a chamada "curiosidade epistemológica". O pensar certo do professor se constata no respeito ao senso comum,  quanto que o respeito e o estímulo à capacidade de criação, no compromisso, na responsabilidade do educador com o pensar crítico do educando.


 


3) Exige respeito aos saberes dos educandos. Nesse momento Paulo Freire sugere a associação da disciplina com a realidade vivida. No sentido que a vivência do aluno deve ser partilhada na sala e o professor da melhor maneira deve buscar contextualizar. "Aproveitar" essa realidade para formular perguntas ou ações que façam com que o aluno veja no conhecimento uma saída para muitos problemas, sejam eles; sociais, emocionais, familiares ou de qualquer natureza. 


 


4)Ensinar exige criticidade. A criticidade que indaga que busca, sem querer ser repetitivo, ele nos fala novamente da "criticidade epistemológica" em que não perde a essência da critica ingênua, mas tem uma qualidade  maior no sentido que supera a primeira com inquietação, com a procura de esclarecimentos, com a insatisfação.


 


5) “““ Exige estética e ética”.” Decência e boniteza de mãos dadas”. Nessa parte o autor diz sobre o ensinar com a intenção de formar cidadãos.  Não se prender a um treinamento puramente técnico. Profundidade de pensamento. Uma postura coerente, e convicta de suas mudanças.


 


Conclusão: Com muita sabedoria, o autor mostra como deve ser a prática ensino-aprendizagem. A sua abordagem é direta, sem rodeios. Mostra-se um autor lúdico e bastante preocupado com o ensino escolar, tanto  quanto com a formação de  professores.


 


O ensino é uma troca de informações, uma troca de experiências. O aluno aprende o aluno ensina - igualmente o professor - e essa troca traz uma nova forma de docência-discência que aplicada com rigorosidade metódica traz - concerteza -  benefícios duradouros pra toda sociedade.
 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


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*Atividade de 2009.2 da disciplina: Estágio Supervisionado I, Lecionada pelo professor Armando Castro.


 


**Graduando do Curso de Licenciatura em Música pela Universidade Católica de Salvador, UCSal.


 


**Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB). Algumas obras:


1995: À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d'água, 120 p.


1995: Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Editora Cortez.


1996: Medo e ousadia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987; 5ª Edição.


1996: Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.


 2000: Pedagogia da indignação – cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 134 p.


 


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Mark Knoplfler

O novo disco de Mark Knopfler chega às lojas este mês. ‘Get Lucky’ é o sexto de sua carreira-solo e tem lançamento agendado para o próximo dia 15, nos Estados Unidos. Serão disponibilizadas três opções diferentes: CD, CD+DVD digipack e uma caixa especial recheada de itens diversos.

A canção ‘Remembrance Day’ foi escolhida como single de estreia e toda a renda conseguida com sua venda será revertida a uma organização que apoia a Real Legião Britânica – voltada àqueles que serviram ou estão servindo as Forças Armadas inglesas.

Mark Knopfler deve começar uma turnê em 2010. Seu último disco foi ‘Kills to Get Crimson’, de 2007.



segunda-feira, 29 de junho de 2009

Resenha crítica*

Por José Cruz**


O filme "Escritores da Liberdade" (Freedom Writers, EUA, 2007)


De uma maneira objetiva o filme aborda a situação do preconceito, da alienação e demais problemas educacionais existentes no sec. XXI. O que se percebe é uma história instigante e comovente, em que todos são levados a refletir seu papel na sociedade. É inevitável a comoção e indignação perante cenas que demonstram o total descaso, por parte dos dirigentes da escola. Várias questões são levantadas; O aluno tem culpa por não querer estudar? A escola tem exercido seu papel de construtora de uma sociedade solidaria e feliz? Longe de por fim a essas e tantas outras questões o filme suscita inúmeras indagações, provando que cada um tem a sua parcela de culpa, e que juntos podemos criar uma nova sociedade.
Visto que a escola já foi tomada como “modelo” vemos uma nostalgia dos dirigentes, indignados com a entrada dos alunos, vindos na sua maioria do reformatório. E é o que acontece. Os alunos marginalizados são excluídos, e a escola os trata como tal, sem propor nenhuma perspectiva de mudança, sem oferecer nenhuma possibilidade de mudança.
A professora, Erin (interpretada por Hilary Swank) ao perceber os problemas enfrentados pelos estudantes. Depois de várias tentativas decide adotar novas medidas de ensino, ouvindo-os, conhecendo-os, tornando-se amiga dos seus alunos. Porque, compreendendo seus problemas, suas aspirações e seus sonhos fica bem mais fácil aplicar um método eficaz, que dê sentido a vivência na sala de aula, que dê gosto pela leitura, pela pesquisa, pela vida em sociedade, que por fim, dê um sentido significativo a vida.
Fica claro toda a burocracia existente quando se propõe projetos ousados, no qual se torna necessário a quebra de paradigmas pedagógicos. Mas a persistência vence, e os alunos maravilhosamente se libertam e começam apreciar a leitura, instigados levam ao colégio a escritora, se apaixonam pela vida, e uma família nasce, ali, na sala.
Não que os problemas findaram-se. Mas a vida, antes pesada e cruel, brilha como o sol da manhã - agradável apaixonante – e como deveria ser pra todos, nasce nesses jovens à esperança, não aquelas que ouvimos no fim de cada ano, mas a verdadeira, que sentimos no mais íntimo da alma, que consegue fazer com que mesmo diante das adversidades, saberemos sempre que o hoje é uma dádiva, por isso, chama-se: presente.



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* Resenha apresentada como atividade final na disciplina Educação e Tecnologia do curso de Licenciatura em Música com habilitação em violão da UCSal, sob orientação do professor Jorge Perrone, em 2009.1;
**Estudante do 4° semestre do curso.