segunda-feira, 29 de junho de 2009

Resenha crítica*

Por José Cruz**


O filme "Escritores da Liberdade" (Freedom Writers, EUA, 2007)


De uma maneira objetiva o filme aborda a situação do preconceito, da alienação e demais problemas educacionais existentes no sec. XXI. O que se percebe é uma história instigante e comovente, em que todos são levados a refletir seu papel na sociedade. É inevitável a comoção e indignação perante cenas que demonstram o total descaso, por parte dos dirigentes da escola. Várias questões são levantadas; O aluno tem culpa por não querer estudar? A escola tem exercido seu papel de construtora de uma sociedade solidaria e feliz? Longe de por fim a essas e tantas outras questões o filme suscita inúmeras indagações, provando que cada um tem a sua parcela de culpa, e que juntos podemos criar uma nova sociedade.
Visto que a escola já foi tomada como “modelo” vemos uma nostalgia dos dirigentes, indignados com a entrada dos alunos, vindos na sua maioria do reformatório. E é o que acontece. Os alunos marginalizados são excluídos, e a escola os trata como tal, sem propor nenhuma perspectiva de mudança, sem oferecer nenhuma possibilidade de mudança.
A professora, Erin (interpretada por Hilary Swank) ao perceber os problemas enfrentados pelos estudantes. Depois de várias tentativas decide adotar novas medidas de ensino, ouvindo-os, conhecendo-os, tornando-se amiga dos seus alunos. Porque, compreendendo seus problemas, suas aspirações e seus sonhos fica bem mais fácil aplicar um método eficaz, que dê sentido a vivência na sala de aula, que dê gosto pela leitura, pela pesquisa, pela vida em sociedade, que por fim, dê um sentido significativo a vida.
Fica claro toda a burocracia existente quando se propõe projetos ousados, no qual se torna necessário a quebra de paradigmas pedagógicos. Mas a persistência vence, e os alunos maravilhosamente se libertam e começam apreciar a leitura, instigados levam ao colégio a escritora, se apaixonam pela vida, e uma família nasce, ali, na sala.
Não que os problemas findaram-se. Mas a vida, antes pesada e cruel, brilha como o sol da manhã - agradável apaixonante – e como deveria ser pra todos, nasce nesses jovens à esperança, não aquelas que ouvimos no fim de cada ano, mas a verdadeira, que sentimos no mais íntimo da alma, que consegue fazer com que mesmo diante das adversidades, saberemos sempre que o hoje é uma dádiva, por isso, chama-se: presente.



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* Resenha apresentada como atividade final na disciplina Educação e Tecnologia do curso de Licenciatura em Música com habilitação em violão da UCSal, sob orientação do professor Jorge Perrone, em 2009.1;
**Estudante do 4° semestre do curso.