segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Resenha Critica



 

 

Resenha Critica *


 


 


                                                                     Por José Cruz**


 


 


   Texto: Paulo Freire***, PEDAGOGIA DA AUTONOMIA, Saberes necessários à pratica educativa, Cap.1, pp.23/37.


 


Muito mais que regras para educadores, o livro propõe que o leitor -seja ele conservador ou de prática ideológica - faça uma reflexão sobre a prática e a formação docente. A pretensão é  bastante ousada e  radical: ao colocar que o ensinar não é meramente transferir conhecimento, mas suscitar de forma conjunta, possibilidades para a produção do conhecimento ou mesmo a sua construção.



Com muita felicidade, justamente em função da radicalidade de seu questionamento, o livro segue trazendo uma nova abordagem sobre a forma de ensinar, na qual o autor diz: "Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e  quem aprende ensina ao aprender". E ele segue dando uma visão histórica sobre a forma de ensinar, destacando que  homens e mulheres socialmente aprenderam que era possível e preciso ensinar. Logo, segundo o autor ensinar inexiste sem aprender e vice-versa.


 


Paulo Freire segue trazendo á tona alguns tópicos sobre as exigências do ensinar:


 


1)  Exige uma rigorosidade metódica. Que se ensinem aos educandos  que eles devem se aproximar dos objetos cognoscíveis, que por sua vez trabalhem a formação critica, sua curiosidade, sua insubmissão. Mas alerta para o perigo de mesmo que os educadores  críticos, não se tornem memorizadores de textos, falando de coisas distantes da sua realidade. Diz isto ensinando sobre a leitura verdadeira, que compromete de imediato o leitor com o texto, tornando-o também sujeito. Alerta também pra ligação existente entre: ensinar, aprender e pesquisar pela qual o professor está ciente que o conhecimento muda que o que hoje é verdade pode não mais ser, e o aluno deve estar disposto a buscar sempre o novo, sabendo que devemos estar abertos  e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. 


 


2) Exige pesquisa. "Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino". O professor deve buscar reprocurar, indagar deve pesquisar para constatar, intervir e educar. A curiosidade ingênua deve transitar para a chamada "curiosidade epistemológica". O pensar certo do professor se constata no respeito ao senso comum,  quanto que o respeito e o estímulo à capacidade de criação, no compromisso, na responsabilidade do educador com o pensar crítico do educando.


 


3) Exige respeito aos saberes dos educandos. Nesse momento Paulo Freire sugere a associação da disciplina com a realidade vivida. No sentido que a vivência do aluno deve ser partilhada na sala e o professor da melhor maneira deve buscar contextualizar. "Aproveitar" essa realidade para formular perguntas ou ações que façam com que o aluno veja no conhecimento uma saída para muitos problemas, sejam eles; sociais, emocionais, familiares ou de qualquer natureza. 


 


4)Ensinar exige criticidade. A criticidade que indaga que busca, sem querer ser repetitivo, ele nos fala novamente da "criticidade epistemológica" em que não perde a essência da critica ingênua, mas tem uma qualidade  maior no sentido que supera a primeira com inquietação, com a procura de esclarecimentos, com a insatisfação.


 


5) “““ Exige estética e ética”.” Decência e boniteza de mãos dadas”. Nessa parte o autor diz sobre o ensinar com a intenção de formar cidadãos.  Não se prender a um treinamento puramente técnico. Profundidade de pensamento. Uma postura coerente, e convicta de suas mudanças.


 


Conclusão: Com muita sabedoria, o autor mostra como deve ser a prática ensino-aprendizagem. A sua abordagem é direta, sem rodeios. Mostra-se um autor lúdico e bastante preocupado com o ensino escolar, tanto  quanto com a formação de  professores.


 


O ensino é uma troca de informações, uma troca de experiências. O aluno aprende o aluno ensina - igualmente o professor - e essa troca traz uma nova forma de docência-discência que aplicada com rigorosidade metódica traz - concerteza -  benefícios duradouros pra toda sociedade.
 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


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*Atividade de 2009.2 da disciplina: Estágio Supervisionado I, Lecionada pelo professor Armando Castro.


 


**Graduando do Curso de Licenciatura em Música pela Universidade Católica de Salvador, UCSal.


 


**Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB). Algumas obras:


1995: À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d'água, 120 p.


1995: Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Editora Cortez.


1996: Medo e ousadia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987; 5ª Edição.


1996: Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.


 2000: Pedagogia da indignação – cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: UNESP, 134 p.


 


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Mark Knoplfler

O novo disco de Mark Knopfler chega às lojas este mês. ‘Get Lucky’ é o sexto de sua carreira-solo e tem lançamento agendado para o próximo dia 15, nos Estados Unidos. Serão disponibilizadas três opções diferentes: CD, CD+DVD digipack e uma caixa especial recheada de itens diversos.

A canção ‘Remembrance Day’ foi escolhida como single de estreia e toda a renda conseguida com sua venda será revertida a uma organização que apoia a Real Legião Britânica – voltada àqueles que serviram ou estão servindo as Forças Armadas inglesas.

Mark Knopfler deve começar uma turnê em 2010. Seu último disco foi ‘Kills to Get Crimson’, de 2007.